escrito em 20/11/2006 às 21:40
Novembro, o vento sobra na janela. Da tela da pra ver a lua
Na rua animais se abrigam
A chuva leva os recicláveis
Recolhidos pelos desprezados
Opção ou fatalidade?
A utilidade é um conceito à ser revisto
Visto que reutilizar agora é moda
A sobra do amor
Sexo pós-consumo
Eu sumo no abraço, pura carência.
Tenho boa vontade, mas pouca paciência.
A raiva coroe os rins
No fim não era nada
Você nem me abraça
Eu não o vejo, você passa, tudo passa.
Passo eu do tempo, na praça
A Preta se diverte, eu divirjo
Corro o risco de olhar e não ver nada
Conto com os amigos
Retomo a comunicação em casa.
É preciso mais que abrigo
É preciso ser digno
Não pasta ser criativo
Tem que ser competitivo
Vender o poder, poder de vender.
Poder pagar as contas
Iluminar as sombras
Olhar-se de perto, ver de dentro
Sobreviver a mais um Novembro.
O vento sobra na janela
Da tela dá pra ver a lua...