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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Novembro

escrito em 20/11/2006 às 21:40


Novembro, o vento sobra na janela.
Da tela da pra ver a lua
Na rua animais se abrigam
A chuva leva os recicláveis
Recolhidos pelos desprezados
Opção ou fatalidade?

A utilidade é um conceito à ser revisto
Visto que reutilizar agora é moda
A sobra do amor
Sexo pós-consumo
Eu sumo no abraço, pura carência.

Tenho boa vontade, mas pouca paciência.
A raiva coroe os rins
No fim não era nada
Você nem me abraça
Eu não o vejo, você passa, tudo passa.

Passo eu do tempo, na praça
A Preta se diverte, eu divirjo
Corro o risco de olhar e não ver nada
Conto com os amigos
Retomo a comunicação em casa.

É preciso mais que abrigo
É preciso ser digno
Não pasta ser criativo
Tem que ser competitivo

Vender o poder, poder de vender.
Poder pagar as contas
Iluminar as sombras
Olhar-se de perto, ver de dentro
Sobreviver a mais um Novembro.

O vento sobra na janela
Da tela dá pra ver a lua...

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